“Na nossa vida a primeira conversão é
importante; mas ainda mais importantes e mais difíceis, são as sucessivas
conversões. É preciso conservar a alma jovem, invocar o Senhor, saber escutar,
descobrir o que vai mal, pedir perdão.”
(São
Josemaría Escrivá - “É Cristo que Passa” - pg.56 - 1973)
Bom dia! Que Deus nos
conduza nesta linda sexta-feira!
São Josemaría Escrivá,
de forma direta, nos mostra a importância da conversão.
Não pensemos que nos
convertemos apenas no Morro das Pedras naqueles longínquos dias onde começamos
a andar com o Cristo, e aos poucos, o reconhecemos (ou em outra oportunidade).
Temos que fazer a experiência humilde do reconhecimento de nossos próprios
erros e pecados, ou seja, nos descobrirmos para identificar o que nos afasta de
Deus. E, a partir disso podemos fazer uma nova experiência, a que ouso chamar de re-conversão.
Tudo podemos naquele
que nos amou primeiro, tudo podemos naquele que nos fortalece, tudo podemos
quando seguimos sua Verdade!
Entramos na Quaresma.
Tempo de esperas e memórias, tempo que transcende épocas antigas, que nos faz
pensar. Tempo de saudades, tempo de descobrir no mosaico da vida todos os
detalhes que fazem a vida valer a pena. Tempo de silêncio...
Como não recordar a
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que traído, se humilhou para nos redimir?
Na Liturgia das Horas (Ofício das Leituras - Segunda Leitura - Sábado Santo), é
como se Jesus nos falasse: “Vê em meu
rosto os escarros que por ti recebi; para restituir-te o sopro da vida
original. Vê nas minhas faces as bofetadas que levei para restaurar, conforme à
minha imagem, a tua beleza corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar dos
teus ombros os pesos dos pecados.”
Mas, apesar disso, não
pensemos na Quaresma como tempo de tristezas. Pelo contrário, a Quaresma é
tempo de alegria, pois se somos cristãos, se acreditamos no Cristo que após a
morte se tornou o ressuscitado, sabemos que sofrimentos não são estados definitivos. Dependendo de nossa vontade, em algum tempo estamos do outro lado: modificados, amadurecidos.!
Meus irmãos, que honra temos em jejuar, orar,
silenciar em plena alegria! Que graça é poder nos re-convertermos nestes dias.
Não entendamos a Quaresma como sofrimento, mas sim como tenro respeito à nosso
Divino Esposo.
“Não se trata de construir a Cruz, mas de ser
pregado nela, de dar o que temos, a sorrir.”
(Paul
Claudel - 1941)
Jalmir de Paula nos diz
que: “Não devemos quebrar a cabeça pra entender
o Amor”, ou seja, se estamos afastados de nosso Bem maior, se queremos a re-conversão devemos
ser insistentes para que sintamos novamente o ardor de nosso coração.
Insistência! Palavra essa que podia fazer parte de nossa vida enquanto
cristãos. Se Santa Mônica não entendesse seu significado e não transformasse insistência
em oração, não teria convertido seu filho Agostinho. Guardo no coração as
palavras de nosso querido Professor Martendal: “Se soubéssemos o poder que tem a oração...”
Sempre é tempo para nos
re-convertermos,
especialmente nesta Quaresma. Se nossa vida anda corrida, imaginem que o Cristo
nos espera quando o dia declina, e os ruídos da cidade não mais são ouvidos.
Possuo amigos que conseguiram a re-conversão fazendo de seu quarto, na calada
da noite, uma experiência de Eternidade, através de uma oração que começava
tímida nos primeiros dias, e depois vinha a se transformar em uma grande
Amizade com este Cristo.
Eis o tempo de
conversão!
Que consigamos re-encontrar
o Cristo nesta Quaresma!
“Não apenas nos livros de Teologia podemos nos
encontrar com Deus, mas, sim, muitas e muitas vezes, através de atitudes
simples de nossas existências.”
(Marcelinho
Câmara - 15 de Janeiro de 2001)
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