Às 15:06h a fumaça
branca saiu da chaminé da Capela Sistina, e cinco minutos depois o sino da
Catedral foi ouvido no centro da cidade de Florianópolis.
O que significou isto
para quem passava na Praça XV? Uma Missa fora de horário, talvez. Mas era mais
que isso. Muito mais que isso. O sucessor de Pedro havia sido escolhido.
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Imaginem aquele amigo exagerado! Que fala pelos cotovelos, em
momentos importunos... Agora, lembrem daquele que, por certas vezes, se mostra impulsivo, age sem pensar! O que dizer
então, de um amigo egoísta, que só
pensa em si?
Nosso primeiro Papa,
amigos de Emaús, tinha todas essas características, e muito mais.
Lembram? Pedro desafia Jesus ao mandar o Senhor ir ao
seu encontro sobre as águas (Mt 14:28-29);
Pedro quer fugir dos problemas, ao
sugerir que permanecessem no local da transfiguração (Mt 17:4); Pedro se mostra egoísta
ao pensar que perdera tudo para seguir Cristo (Mt 19:27); É chamado de pedra
de tropeço, por Cristo, após um comentário infeliz.
Pedro e Jesus |
A questão é: por que o Filho de Deus escolheu um ser
errante e inconstante quando quis encontrar um chefe?
“Cada um deve conhecer
a si mesmo para saber onde e como poderá encontrar a serenidade e a paz.”
(Santa
Tereza Benedita da Cruz)
Como opções, tinha a devoção
de André; a prontidão
consciente de Tiago (filho de Zebedeu); a vontade do jovem João; até a organização
que Judas Iscariotes demonstrava, por ser tesoureiro da turma; a renúncia e mudança de vida
de Mateus; entre outros apóstolos!
Senhor,
por que Pedro? Por que?
Os Evangelhos nos contam
que, naquela estranha noite em que Jesus foi denunciado por Judas, Pedro se
assustou.
O apóstolo acompanhava
de longe o diálogo entre Caifás e Jesus, como quem só está “de passagem”
naquela madrugada de inverno. Não assumiu a “bronca” na hora que precisou.
Fácil foi amar Jesus quando tudo estava bem!
Foi quando, ao passar o
portão, a porteira implicou com ele: “Não
és tu também discípulo Dele?” (Jo 18:17). “Não sou!”, respondeu Pedro.
Já tentando se esconder,
Pedro foi para um lugar mais afastado, onde não poderia ser achado. Até que
soldados, com um aspecto não tão amigável, gritaram de longe: “Tu és um dos discípulos Dele!” (Jo
18:25). Já nervoso, Pedro negou aquele que mais nos amou, pela segunda vez: “Não. Eu não sou discípulo Dele.”
(Jo18:25).
Um dos soldados ainda
insistiu: “Eu te vi com este falso
profeta! Eu estava no horto! Defendeste ele, e ainda por cima tentaste arrancar
a orelha de meu companheiro!” Pedro, tremendo de medo, mas com uma certa
naturalidade falou: “Meu amigo, não tenho
idéia do que estás falando!”
Minutos depois, um galo
cantou no quintal de Caifás e o coração de Pedro disparou. “É como Jesus tinha falado! Antes que o galo cante, eu o negaria três
vezes!”.
Pedro ouve o canto do galo |
“Jesus poderia ter escolhido
um perfeito, alguém liberto das fraquezas. Mas não. Ele escolhe um homem cujo
maior título é amá-lo acima de tudo, e cuja maior proeza foi tê-lo traído
vergonhosamente.”
(Pe.
João Mohana)
“Será
possível, Senhor, que eu tinha dito de ti estas palavras? Tu, o meu amigo de
tanto tempo? Tu, que sempre me distinguiste? Tu, que me escolheste dizendo que
farias de mim um pescador de homens? Sou o pior de todos! Onde irei agora,
Senhor? Por que me quiseste? Tu não mereces meu egoísmo!¹”
E quando Pedro estava a
despejar lágrimas infinitas, Jesus passou por ele e os dois olhares se
encontraram. O olhar de Jesus não é de censura. É de desamparo. Um olhar
inexplicável.
Após a ressurreição,
imaginem a vergonha que Pedro sentiu ao ter que lidar com a situação? Mas,
Cristo lhe aplica três simples perguntas, mas que significavam tanto para o
errante apóstolo. “Tu me amas?” (Jo
21:15).
Pedro se emociona: “Senhor, tu sabes tudo! Tu sabes que te amo!”
(Jo 21:17). “Diante de toda minha
fraqueza, vês um coração cuja alegria é só uma: amar Aquele que tanto me ama.”
“O Senhor nos ama mais do
que nós mesmos nos amamos.”
(Santa
Tereza de Jesus)
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Meus amigos, Cristo já
havia dito que Pedro era a pedra que edificaria sua Igreja, mesmo antes do
acontecido!
O que o nosso “Mendigo
de Amor” sempre pregou foi o AMAR! O AMAR até o fim, o AMAR até o limite, o dom
de AMAR! Amar perdoando, amar admitindo os erros, amar educando. E Pedro foi
devidamente educado por Jesus. Jesus educou seu coração, não para ser um homem
perfeito, mas sim para ser uma pessoa imperfeita, que muito errou, mas que se
mostrou arrependida com base no AMOR. A dor de Pedro o tornou maior.
“Maior Louco é Ele, que
se fez Amor”
(São
Josemaría Escrivá)
É como se Jesus
falasse: “Pedro, apascenta minhas ovelhas!
Cuida de meus queridos filhos! Coordena minha Igreja, para que seja cada vez
mais unida!”
Às 15:06h a fumaça
branca saiu da chaminé da Capela Sistina, e cinco minutos depois o sino da
Catedral foi ouvido no centro da cidade de Florianópolis.
A cada badalada do
sino, uma nova esperança. A cada minuto de espera, uma nova emoção. E chega
Francisco, nosso Chico! Francisco I, que, com um sorriso nos trouxe alegria.
“Num gesto de muita
humildade, Francisco I disse que antes de abençoar o povo, gostaria que o povo
o abençoasse!
Pediu às pessoas que
fizessem uma oração de bênção em silêncio, inclinou sua cabeça, e esperou que
as pessoas orassem!”
(Fernando
Cani)
Como Pedro, Francisco I
tem a plena noção de que está longe da perfeição, mas tem uma enorme
responsabilidade, a de conduzir-nos da melhor forma possível, em nome do amor,
pelo Amor!
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