sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Obrigado, Bianchini!


Dois anos se passaram daquele dia. Dia único, triste mas ao mesmo tempo com uma paz inefável pairando no ar. Dia repleto de lágrimas, de saudade e reconhecimento pelo instrumento que tu foste. Dia de agradecimento!

Quem era você, que fez tantos jovens entrarem em vigília durante a madrugada de sua partida, na Catedral?

Monsenhor, Padre, amigo, muitas vezes “pai” dos jovens, anjo Bianchini, há dois anos tu partia para o encontro do Pai!

Batalhaste durante toda tua vida a favor da evangelização dos jovens, sua maior paixão.
Falaste para tanta gente do Cristo amigo e acolhedor. Tornaste os Evangelhos não simples histórias Bíblicas, mas fatos reais. Com suas palavras, as dúvidas viravam certezas!

Obrigado, Bianchini!
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            Em tempos da chamada “ditadura do relativismo”, citada pelo Papa Bento XVI onde “[...] o ser humano não pode conhecer com segurança nada além do campo científico” o que seria de nós sem o movimento de Emaús em nossas vidas?

1950: Bianchini sendo ordenado em Roma
           Ou seja, façam esta pergunta: o que seria de mim sem Emaús? O movimento que a tantos converteu (radicalmente ou não); que a tantos deu a certeza deste Cristo e desta linda Igreja; que a tantos deu a liberdade de escolher e decidir entre o bem ou o mal no mundo!

“O Emaús, para Bianchini, se tornou sua alegria e flor do seu jardim sacerdotal até a morte.”
(Pe. José Artulino Besen)

            Quantos jovens já não passaram por este movimento em Florianópolis! As vezes nos enganamos quando fazemos o levantamento de quantos jovens permaneceram no Movimento de Emaús após seu retiro. Não conhecemos e não temos noção de quanto esse retiro muda a vida das pessoas, mesmo que não permaneçam nos grupos. Quantos jovens subiram com preconceitos, falsas idéias, fardos excessivos e desceram leves, renovados, e ainda por cima com um novo (e tão velho...) Amigo?

            Que alegria ser Emaús! Que alegria ser de Deus! Que alegria nos tornarmos Igreja!
Assumo que quando cheguei no Movimento, o máximo de diálogo que tive com o homem que trouxe o Emaús de São Paulo para cá foi: “boa noite”, após sua Missa da Imaculada e antes da Missa do Emaús (em tempos que o Pe.Vitor Feller já havia assumido a direção espiritual do movimento).

“Quando ouvia o Monsenhor Bianchini, não parecia que eu estava vendo ou ouvindo alguém que tinha lido os Evangelhos, mas alguém que tinha visto aquelas magníficas cenas, que com tanto amor e fidelidade narrava, tendo o Cristo como referência essencial.”
(Marcelinho Câmara)

            O que sei sobre o Monsenhor Bianchini é o que ouço! Tantas histórias, tanto carinho, tantas memórias... O que percebo sobre o Monsenhor Bianchini é o que leio! Recomendo o livro “Vem e Segue-Me”, sua biografia feita pelo amigo Roberto Rodrigues de Menezes... O que imagino sobre o Monsenhor Bianchini é o que canto! Tantas belas e antigas músicas que as vezes ouvimos falar: “essa era uma das preferidas dele!”.

            Certa vez, o padre Vilmar Vicente contou-me como funcionava a Casa da Estudante da Juventude Católica de Florianópolis (fundada em 1962 pelo Monsenhor, para abrigar jovens estudantes do interior). Contou que ele era um homem duro! Sentava-se à mesa de uma forma que “ficava de olho” em todos os jovens que ali moravam. Perguntava do seu dia, dos seus feitos. Estava sempre por dentro! Que paixão por essa juventude...

“Monsenhor Bianchini falava-me do que eu queria ser e lembrava-me do que eu não era.”
(Vilmar Dal-Bó)

            As vezes, amigos, precisamos ser um pouquinho Bianchini! Precisamos sair do paradigma de nossas vidas, da mesmisse de nossos afazeres e sermos mais Igreja, assim como ele era!

            Afinal, se ele se acomodasse, em 1954 não teríamos na nossa Ilha as Equipes de Nossa Senhora (ENS) que tanto ajudam no viver e no conviver de inúmeros casais. Se ele achasse que seria muito trabalho, em 1974 não nos apresentaria o Movimento de Emaús que converteria a juventude florianopolitana. Ainda, nos anos 70, se resolvesse deixar as idéias num papel, não faria campanha para construir o nosso Centro Arquidiocesano de Pastoral, o CAP. Entre tantas outras atitudes... tantas outras ações!

Segundo Pe. Pedro José Koehler que o acompanhou nos últimos dias em sua vida terrena, as últimas frases dele foram: “Meu Deus e meu tudo”; “Tu és o autor da minha vida”; “A vida é tua, meu Deus”; “Meu Deus, deixa eu morrer, em nome de Jesus. Amém”; “Meu coração está bem”; “Meu coração está em paz”; “Meu Jesus, meu coração está em paz”.
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Estão todos convocados a, hoje (sexta-feira 26) estarmos celebrando a Eucaristia na Santa Missa da Igreja São Sebastião (CAP), a partir das 19.30h, em honra a Aquele que mais nos Amou, e em memória a um grande instrumento deste Grande Amor, Monsenhor Bianchini!

            Obrigado, “negão”!

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