O Deus que Vem: A História de Mariano

Mariano era um jovem qualquer, como eu e como você.

Cristão, católico, presente em um movimento de jovens mas ciente dos problemas e dificuldades do dia-a-dia.

Ultimamente, Mariano andava com dúvidas, bastante magoado e, as vezes, até pensando que sua conversão, sua caminhada e sua perseverança foram em vão, tudo uma mera ilusão!

“Jesus nos ensinou que não passaríamos pela vida sem combates, mas garantiu o cêntuplo para os que perseverassem”

(Vilmar Dal-Bó)

Acontece que em uma certa noite, Mariano -não se sabe por que- resolveu visitar uma celebração diferente. De uma Igreja um pouquinho mais longe da paróquia que ele costumava ir.

Antes contar para vocês a história desse menino, primeiro tenho que comentar: Era um cara apaixonado por um Evangelho em especial que o inspirava diariamente! O Evangelho dos discípulos de Emaús (Lc 24:13-33).

Mariano, ao pegar o ônibus para chegar à Missa deste domingo pensava consigo mesmo: “Me sinto desanimado como Cléofas! Quem é Esse Cristo em minha vida? Parece que está morrendo em meu coração”. Mas sua consciência dizia -por algum motivo- que tinha que estar nessa Missa, não sabia por que.

Ao descer no ponto de ônibus, andou um pouquinho mais até chegar ao local da Missa. Foi entrando sem cerimônias, com um aperto no coração. Felizmente chegara cedo e pôde ficar ao lado do departamento musical que preparava a celebração daquela noite.

Mariano fitava uma imagem de Cristo! Mas não era o Cristo que ele reconhecera em outras épocas de sua vida, era diferente. Se sentia tão distante! Aonde andaria aquele Homem que ele reconhecera?

E começara a Missa.

“Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo, com uma devoção e amor acima do entendimento dos Anjos e dos homens.”

(Santa Matilde)

A primeira leitura e a segunda leitura o fizeram pensar um pouco mais no Messias: será que Cristo queria ser esse Messias distante pra ele?

Mas entre as leituras, o salmo 139, de forma especial o emocionou:

“Senhor, eu sei que tu me sondas, sei também que me conheces

Se me assento ou me levanto, conheces meus pensamentos

Quer deitado ou quer andando, sabes todos os meus passos

E antes que haja em mim palavras, sei que em tudo me conheces.”

(Sonda-Me -Salmo 139-)

O jovem Mariano fechara os olhos e ouvira a música atento! Esse Cristo realmente o conhecia, sabia de cada passo seu, o amava mesmo no abismo espiritual!

E então, lembrou rapidamente de seu Evangelho preferido. Como na estrada de Emaús, se sentiu como Cléofas novamente: “Quem é este Forasteiro falando comigo dessa forma através das Escrituras?”

Ele começara a se recordar de anos antes dos tempos que Jesus, para ele, era apenas um estranho que batia na ‘porta’ de seu coração. Que vida era aquela que ele aprendera a amar? Ó Jesus, há quanto tempo ele não O procurava?

Era a hora do Evangelho e da homilia do Padre. O que será que seria falado? Mariano se sentia confuso em um misto de emoções inexplicáveis. E o Padre, querido e cuidadoso, falava sobre as maravilhas de andar sempre com o Senhor.

Olhando novamente a imagem de Cristo, Esse se fazia mais visível: “Será que é Cristo falando comigo através dessa Missa? Será que o Senhor me pôs aqui nesta noite? Faz frio lá fora, mas sinto meu coração mais aquecido agora!”

Chega a hora mais esperada: Jesus ia se fazer pão e vinho, corpo e sangue. O Padre levantara a Hóstia branca tão linda e Mariano sentira uma sensação única e, lacrimejando, suspirava como Tomé: “Meu Senhor e meu Deus...”

Como o discípulo antes descrente, Cléofas, Mariano o havia reconhecido ao partir do pão! O pão da vida! Esse Forasteiro era Jesus! Nada teria sido à toa!

E, com o coração ardendo, Mariano recebe Cristo em forma de pão e vinho. Naquele momento, a carne de Mariano era a carne de Jesus. Esquecera todas as aflições, dúvidas, desesperanças: Sentia Cristo mais Vivo que nunca.

“A Eucaristia é o Amor dos amores”

(São Bernardo)

Que felicidade! Que força! Mariano, agora se sentia um verdadeiro homem de aço! Tinha a certeza de que Jesus estaria sempre presente na sua vida, dentro dele, no seu espírito e em seu coração.

A Missa estava perto do fim, e pela terceira vez, Mariano olhara aquela mesma imagem que reparara antes do início da Missa. Cristo estava lindo! Radiante! O Filho do Homem, o Emanuel tinha um olhar misericordioso: Não importava quais eram as dúvidas desse jovem; não importa o quanto estava distante, triste; não importava mais nada. Por esse olhar de um Pai e ao mesmo tempo um Grande Amigo, Mariano percebera, como Agostinho: “Eu te procurava fora, meu Amigo, mas você estava aqui dentro de mim durante esse tempo todo!”.

Ao final da celebração, Mariano fez a reverência ao seu Amigo e saiu correndo! Fugiu da Missa? Não! Saiu correndo para contar para seus amigos e seus parentes dessa Missa, desse momento inesquecível com Cristo. Assim como Cléofas que andava tão devagar e sem esperança na ida para a aldeia de Emaús e que na volta saiu praticamente correndo para Jerusalém com a esperança de contar aos outros o que havia visto!

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Irmão/Irmã, este Mariano pode ser você. Procure o Cristo da Eucaristia! Abra e deixe ESCANCARADA a porta de seu coração na Santa Missa!

Eu, Lui, tive a graça de me sentir um pouco como o Mariano neste último domingo em uma
Missa do Movimento de Emaús em Porto Alegre. No local do meu batismo e celebrada pelo mesmo Padre que fundou o Movimento na capital gaúcha há exatos 39 anos: Mons. Urbano Zilles. Que esplendor! Que graça! O Espírito Santo pairava no ar, nas pessoas, nas músicas, nos músicos, nos leitores, nas crianças presentes e naquela Igreja.