A retórica (técnica do bem-falar) surgiu na Grécia antiga e era ligada à democracia. Mais tarde, os sofistas surgiram com a idéia de que o discurso retórico tinha que valorizar a ação. Por isso a idéia era persuadir, convencer, mas baseados em simples opiniões, concentrando mais nas suas técnicas de persuasão do que no conhecimento!
Retórica Grega |
Foi contra este ensino que Sócrates e Platão se opuseram. Platão até chegou a sustentar que a Retórica era a negação da própria filosofia. Assim surge a filosofia que conhecemos! Como um discurso dirigido a razão e não a emoção dos ouvintes. Ou seja, o filósofo não ia convencer alguém de que aquilo era certo, se não fosse a verdade que detinha.
Pergunto a vocês: Qual é nossa verdade?
(João 14:6)
Em nossa Igreja Católica, temos dois seres-humanos, duas pessoas, especificamente um homem e uma mulher que foram exemplos da maneira com que falaram da Verdade.
Será que sabemos sobre a história da santa que dá nome ao nosso estado? Essa é Catarina de Alexandria! Nascida por volta do ano 387, em Alexandria, no Egito.
Podemos perceber, pela história dela, que os santos não nascem santos. Não são perfeitos, não são Deus! Mas sim pessoas que deixaram sua marca na história e, muitas vezes, morreram pela Verdade.
Catarina era pagã! Mas durante sua adolescência teve uma visão que resultou em sua conversão imediata: “Numa visão, Catarina foi transportada para o céu, encontrou-se com o menino Jesus e a Virgem Maria e, em êxtase, casou-se misticamente com Cristo, convertendo-se ao Cristianismo. Ela tinha , na época, dezoito anos de idade.”
Foi uma mulher corajosa. Se apresentou e enfrentou o imperador romano da época, Maximino Trácio (que perseguia os cristãos) dizendo que só Cristo era o Caminho, a Verdade e a Vida. Afirmava que o seu Deus era o único e conseguiu demonstrar a beleza de Jesus. Mas como Maximino ia responder essa mulher? Parecia tão convincente!
O imperador então teve uma idéia. Reuniu os 50 maiores e melhores filósofos da província para falar com Catarina. Mas, com medo, o imperador os advertiu que, se conseguissem convencê-la, ele os presentearia com os melhores bens do mundo; mas se não conseguissem, ele os condenaria à morte. Imagine de que forma essa mulher falava de Cristo! Convenceu os cinquenta! E melhor: os converteu.
Santa Catarina de Alexandria |
(Santo Agostinho)
Maximino mandou os filósofos serem queimados vivos, assim como à sua mulher Augusta, ao ajudante de campo Porfírio e a 200 oficiais que, depois de ouvirem Catarina, tinham-se proclamado cristãos.
Catarina foi condenada a morte na roda (instrumento de tortura da época). Mas quando foram amarrá-la na na roda, ela fez o sinal da cruz e a roda quebrou. Por isso vemos nas imagens de Catarina, uma roda. Foi decapitada logo em seguida para se tornar a padroeira do nosso estado! Quão bom é morar em um estado que homenageia a defensora de Cristo!
Amigos, muitos anos depois, por volta de 1786, na França, surgiu o segundo santo que quero tratar hoje: João Maria Batista Vianney, o ‘cura D’Ars’.
Era um cara, que desde novo orava muito! Pela data que nasceu podemos perceber que viveu as ‘loucuras’ da Revolução Francesa (tanta coisa acontecendo em tão poucos anos...).
Quando resolveu seguir a vida sacerdotal, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos, especialmente de filosofia e teologia. Porém era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo.
Quando resolveu seguir a vida sacerdotal, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos, especialmente de filosofia e teologia. Porém era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo.
São João Maria Vianney |
Ars, da época, poderia ser comparada a uma ‘Ibiza’ da Espanha, ou (pra não irmos tão longe) a um carnaval de rua na cidade do Rio de Janeiro de hoje em dia! Era uma verdadeira zona! Bebedeira, vícios, blasfêmias. Uma verdadeira cidade pagã.
Imagine então para um padre novo, inexperiente, simples chegar em Ars? Se desesperou? Quis trocar de cidade? Na primeira dificuldade quis jogar tudo pro alto? Não. Ele tinha noção da Verdade que acreditava, e orava muito por isso! Fantástico esse Vianney né? E aos poucos, pela sua forma de falar de Cristo, de agir, ele foi convertendo pouco-a-pouco as pessoas daquela cidadezinha!
Cidade de Ars, França |
Certa vez, conta-se que uma importante figura política de Paris resolveu, por curiosidade, visitar Ars para dar uma olhada nesse padre Vianney, tão falado... Foi, voltou, e quando questionado pelos seus colegas simplesmente falou: “Eu vi Deus naquele homem...”. Ele viu Deus no nosso Cura de Ars, no Santo Vianney.
Mas não esperem ler aqui e acreditar que ele converteu a todos na cidade da noite pro dia, sem trabalho, sem oração. Foi também um exemplo de espera, de crer na Divina Providência: “Treze anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, mas também severa, conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele homem que eles consideravam um santo.”
“O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.”
(Madre Tereza de Calcutá)
Que exemplos! Que santidade! Que graça!
Pergunto a vocês: Como será que estamos falando da Verdade que acreditamos? Será que nos escondemos? Provavelmente se Catarina tivesse se omitido e escondido viveria muitos anos pois não seria morta. Provavelmente se Vianney tivesse recusado a cidade pagã que tinha sido escolhido iria para um lugar mais tranquilo e não converteria tantas e tantas pessoas.
Vamos falar desse Cristo de forma alegre! Quão bom ele é pra nós! Quão bom é participar do movimento de Emaús e da Igreja Católica! Vamos defender a nossa Verdade!
Santa Catarina de Alexandria, nossa eterna padroeira, rogai por nós!
São João Maria Vianney, simples e humilde, rogai por nós!
Bom resto de semana!
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