sexta-feira, 8 de junho de 2012

As Mulheres de Cristo



A reflexão de hoje gira em torno da importância das mulheres de Cristo.

José de Arimatéia e as mulheres de Cristo
Como podemos acompanhar no final do Evangelho de São Lucas, após a crucificação de Jesus, um homem chamado José de Arimatéia se dirigiu até a pessoa que havia ordenado a crucificação de Cristo, Pilatos, para pedir o corpo de Jesus. Esse corpo fora posto num sepulcro. “As mulheres que com Jesus vieram da Galiléia, acompanharam José de Arimatéia e observaram o túmulo e o modo como o corpo ali era colocado. Depois voltaram para casa e prepararam perfumes e bálsamos. E, no sábado, repousaram, segundo o preceito.”(Lc 23: 55-56).

Notamos que essas mulheres estavam 100% certas da morte de Jesus. O sacerdote escritor João Mohana nos mostra isso:

“As mulheres presenciaram Jesus expirar (Jo 19:25-30). Presenciaram os soldados vararem o peito de Jesus com a lança (Jo 19:32-34). Acompanharam o enterro, até a sepultura (Lc 23:55).”

Se essas mulheres considerassem a chance de Jesus estar vivo não deixariam que Ele fosse sepultado, e sim teriam O levado pra casa. Além disso elas prepararam perfumes e bálsamos. Ou seja, haviam aceito a realidade dessa morte.
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Mudando rapidamente de assunto, precisamos nos contextualizar! As mulheres da época de Jesus! Como eram tratadas? Quem eram? Qual era sua situação?

Elas viviam numa sociedade patriarcal e eram em tudo inferiores ao homem. O marido era simplesmente o dono da mulher. Na família judaica podia se comprar a mulher por dinheiro, por contrato e por relações sexuais.

Pessoal, imaginem que nem da religião elas podiam participar diretamente! A religião judaica era uma religião de homens e as mulheres eram inferiores, secundárias! O culto na sinagoga era celebrado apenas se tivessem dez homens presentes. Segundo o livro “Como ler os Evangelhos” da Editora Paulus, o judeu tinha um ditado: “Bem-aventurado aquele cujos filhos são homens. Ai daquele cujos filhos são mulheres”.

E é aí que paramos pra refletir quão difícil era ser mulher nos tempos de Jesus.

Marta e Maria
Cristo, antes da sua morte, quebrou essa estrutura patriarcal. Enfrentou-a. No Reino que Cristo anuncia, todos são convidados! As mulheres, os homens, as prostitutas e os fariseus. Ninguém pode ser excluído!

“O Cristianismo tirou as mulheres de um estado que era semelhante à escravatura”
(Madame de Stael, escritora Francesa)

Em uma sociedade onde um homem era totalmente proibido de falar a sós com uma mulher, Cristo conversa no campo com uma mulher samaritana. (Jo 4:4-42). 


Outro episódio inesquecível: alguém lembra de Marta e Maria? Amigas de Jesus! Marta sempre no serviço, na ação para bem servir o Senhor que estava em sua casa e Maria contemplativa, admirando e adorando o Cristo que estava de passagem.
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Voltando às mulheres que acompanharam Cristo levado morto para o sepulcro, como será que eram? Será que eram ‘super-mulheres’ que em nada se identificavam com as mulheres discriminadas da época, que citei acima? Não! Eram pessoas normais habituadas ao trabalho doméstico. Mulheres com muita fé, pois acreditavam nesse Cristo.

Maria Madalena, que grande exemplo de uma conversão! Antes possuída pelo demônio, agora com uma fé e um coração gigantes! 


“Mulher: Senhora da vida; guerreira da lida”

Que equilíbrio dessas mulheres! Presentes nas horas boas (multiplicação dos pães e dos peixes) e nas horas ruins (calvário, vergonha, humilhação, morte).

As mulheres, ao voltarem ao sepulcro, notaram algo estranho: o mesmo estava aberto e Jesus não estava mais lá! Quando foram correndo contar aos apóstolos, qual a reação deles? “Esta notícia parecia-lhes um delírio e não lhes deram crédito.” (Lc 24,11). Ou seja, até os discípulos de Emaús que tanto refletimos, tanto ouvimos falar no nosso movimento, já tinham ouvido as mulheres e não acreditaram nelas.

Percebemos que os homens, diante desses dias tão agitados entre a morte e a ressurreição de Cristo fugiram vergonhosamente. Pedro afirmou que não conhecia Jesus. João não se manifestou.

Todos os homens que tiveram a honra, o privilégio, o prazer de viver com Jesus nos três anos de vida pública, três anos de ensinamento, três anos de alegrias, de triunfo, agora somem nos três dias de provação!

Que força dessas mulheres... As mulheres de Cristo!

Maria Santíssima, a nossa Mãe! Disse o ‘SIM’ e deu a luz a luz do mundo, ou seja gerou o filho de Deus nela! Como não a amar?

“Tudo com Jesus; Nada sem Maria”

Isabel, mãe de João Batista! Sempre buscou as coisas do Alto. Nunca desanimou! Nunca repreendeu os ensinamentos do Senhor. Gerou aquele que preparou o caminho do Senhor.


Santa Catarina de Alexandria
Santa Catarina de Alexandria, que dá nome a Igreja do Colégio Catarinense e padroeira do nosso estado! Teve um sonho com Cristo e foi persuadida a esquecer e dizer que isso era mentira por diversas pessoas e converteu todas elas, sem exceção! Imaginem o modo com que falava de Cristo!


Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho! A responsável pela conversão de seu filho. Que perseverança! Muito rezou e muito chorou durante anos sem perder as esperanças da conversão de seu filho, que anos depois se tornaria o Doutor da Igreja.


Nos perguntamos: corajosas essas mulheres de Cristo que o assumiram mesmo quando tudo parecia perdido. Mas será que essas mulheres de Cristo extinguiram-se com o passar dos anos? Claro que não! Ainda vivem, e mais perto que possamos imaginar!

Obrigado Senhor pelas mulheres de Cristo que botaste nossas vidas! No nosso movimento, na nossa casa, no nosso namoro, na nossa família, no nosso dia-a-dia.

Que com a força que elas têm possamos assumir esse Cristo não só nos momentos convenientes e bons das nossas vidas, mas como nos momentos difíceis também!

Bom resto de feriado!

Um comentário:

  1. Demais o texto! Muito bem exemplificado, comentado e elaborado! Parabéns, gostei muito!

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