segunda-feira, 21 de maio de 2012

Aldeia de Emaús

(Todo Amor - CD Luz da Caminhada - Emaús Floripa)

Uma certa vez ouvi falar de uma aldeia. Ficava em um povoado longínquo, chamado Emaús.

Uma aldeia em que todos cultivavam o amor e a fé uns aos outros.

Uma aldeia que acolhia!

Uma aldeia em que o amargo virava doce com um simples gesto de caridade ao irmão.

Uma aldeia que era sinônimo das graças que Deus nos dá durante a vida!

Mas como poderia existir um lugar tão bom? Tão puro? Tão agraciado?

Me disseram prontamente: “Vem e vê”. Recusei, tornei a recusar mas fui e vi.

O que vi nessa aldeia me fez pensar! Será que era difícil e complicado fazer parte desse lugar? Quão difícil seria me ‘misturar’ a essa gente de tão bom coração?

“A porta do nosso coração só se abre por dentro”
(Jalmir de Paula)

Então descobri algo: nessa aldeia todos falavam sobre essa abertura de coração. Logo pensei: “Deus com TODA a sua magnitude, grandeza e bondade pode habitar o meu coração? O coração de um simples pecador?”

                                                         

“Deus nunca nos impõe, apenas propõe”
(Jalmir de Paula)

As coisas pareciam ficar mais claras e a cada dia me tornava parte e corpo dessa estalagem acolhedora.

Mas, para minha surpresa, surgiram as turbulências. Foi então que percebi que essa não era uma aldeia integralmente perfeita, e sim um lugar onde as pessoas eram pecadoras assim como qualquer lugar do mundo. Isso me decepcionou, e muito!

Até que percebi algo curioso: Por mais que essas pessoas caíssem, elas levantavam de uma forma impressionante! Sempre em contato com Cristo ressuscitado elas tinham, pela confissão, uma forma de se redimir dos pecados e uma batalha para que não sejam repetidos.

Mesmo com isso tudo, teimoso, eu ainda tinha minhas dúvidas. Como se crer em algo que nunca foi visto? Como São Tomé, só acreditaria vendo. Precisava de um sinal ou um milagre pra crer por inteiro.

“As vezes questionam sobre minha fé. Sobre a existência de Cristo. Jesus Cristo, simplesmente, dividiu a história do mundo num antes e depois”
(Pe. Márcio Vignoli)

Comecei a freqüentar uma espécie de templo que os amigos dessa aldeia chamavam de Santa Missa. E lá, segundo eles, havia um grande presente que Deus nos deixou. Um pãozinho que era o corpo e um pouco de vinho que era o sangue de Cristo. O Cristo vivo!

“Eu nunca O vi. Mas tenho absoluta certeza: Como o escuro, o amanhecer, o existir: Cristo está ali, na Eucaristia”
(Monsenhor Bianchini)

“Como deixar de frequentar, como deixar de receber o corpo do meu Senhor pelo menos uma vez por semana, aos sábados/domingos? É Cristo em nós!” pensei comigo mesmo depois de começar a entender esse Sacramento de nossa fé, o Sacramento da Eucaristia.

Como ‘eterno curioso’ e muito humano ainda, eu ainda tinha medo do que ia vir, do 5º dia de nossas vidas: o dia de nossa morte. Que medo, meu Deus, desse dia! “Será que perdoei, amei, abracei, sorri o bastante para ir para o Céu eterno?”.

Aprendi com meus amigos -a essa altura poderia os chamar de irmãos em Cristo- que eu poderia começar imediatamente a plantar o Amor Daquele que mais nos amou, nas pessoas, no dia-a-dia, na rotina! Eles me contaram que eu poderia mudar o dia de uma pessoa com uma gentileza! Um simples sorriso! Me contaram que eu deveria multiplicar o dom do amor!

Hoje, muitas vezes, me pego pensando: “Quero logo estar na eternidade com Cristo, esse Cara que estou aprendendo a amar tanto!”. Mas todas as coisas estão preparadas para um tempo previsto por Deus e cabe a mim, ainda na terra, fazer minha parte aqui embaixo!

“A eternidade é um Emaús celeste de grandeza incomparável. Lá não há palestras sobre relacionamentos, fé e esperança; lá se vive o Amor em Deus”
(Vilmar dal Bó)

Diante de todo esse aprendizado pude concluir uma coisa:

“Minha alma é essa aldeia!
Meu amor é a estalagem!
Emaús, enfim, sou eu!”

E os dias vão passando, a vida vai passando. Conquistas e decepções vão se somando. Felicidades e turbulências também, mas hoje tenho uma certeza: “Tenho que, diariamente, abrir a porta do meu coração e a deixar ESCANCARADA pra Jesus lá habitar e me fazer vencedor por Ele!”

 “Obrigado meu Deus, por um dia ter me chamado para viver teu Grande Amor na aldeia do meu coração”

De 17 a 20 de maio deste ano de 2012, em Floripa aconteceram dias únicos, especiais e inesquecíveis: O Todo Amor chamou mais 32 para serem a luz do mundo. 32 meninos de diferentes lugares, de diferentes jeitos e costumes. 32 dons do Amor de Cristo. 32 amigos que agora podem dizer: Fica, Senhor, conosco para todo sempre!


Um grande abraço e uma ótima semana!

2 comentários:

  1. Amigo, simplesmente senacional. Muito bonito esta tua reflexão. Parabéns!

    Abraços, Renan Schlickmann.

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  2. Amigo, muito linda sua reflexão/depoimento. Podes ter certeza que não foi apenas tu que ganhasse fazendo o retiro, o movimento ganhou muito te tendo como membro!

    Abraaço,
    João

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